Era sexta feira. Na verdade era "The sexta-feira", o dia 'S'!!! Enfim, o relógio já marcava 20:30 e minha mãe me chamou, dizendo que como era sexta não haveria jantar, o que é comum na minha casa pois não costumamos jantar aos fins de semana. Ela me mandou ir ao mercado e comprar pão e hamburguer, e aconselhou-me a ir rápido, pois o mercado fecha ás 21:00.
Fui até o meu quarto e desliguei o computador, vesti uma camisa e sai em direção a minha busca(sem pedir a benção da minha mãe).
Cheguei ao mercado ás 20:40, e fui até a seção de congelados, lá peguei uns seis hamburguers coloquei em uma sacola e levei até o setor do açougue para pesar, até aí tudo bem! Quer dizer eu pensava que estava tudo bem, até chegar no açougue, pois quando eu cheguei lá me deparei com uma fila miserável! Pensei comigo mesmo: "Ai,ai.. isso vai ser mais difícil do que eu pensava."
Fiquei lá, parado enfrente a fila sem saber o que fazer. Logo as pessoas da fila começaram a olhar para mim, o que me trouxe de volta a realidade. Resolvi ir buscar o pãozinho, crendo na minha inocência e pequenez que a fila misteriosamente poderia desaparecer quando eu voltasse.
E lá fui eu pra a seção da padaria, isso já era 20:45. Quando eu cheguei lá me deparei com outra fila, porém essa era menor, tinha uma meia dúzia de pessoas. Entrei na fila pedindo a Deus para não demorar, mas o que me preocupava mesmo era a fila do açougue. E se eu saísse dali e a fila não tivesse diminuído?! Ou pior e se desse nove horas e o pessoal do mercado me convidasse a sair?!
Senhor, me desculpe mas o senhor vai ter que se retirar pois estamos fechando o mercado! Eu respondi: "Peraí, eu ainda tenho que pesar o hamburguer!", "Lamento.." o segurança disse. Eu não vou sair não!, repliquei. Se o senhor não abaixar o tom de voz, serei obrigado a chamar a polícia! Então chama!, gritei.
Aí eu voltei a realidade com a mulher do pão perguntando: " Quantos pães meu lindo?'. Hã? respondi. Quantos pães ela disse. Seis, por favor!
Sai da fila ainda meio aéreo e vi uma menininha com lágrimas nos olhos que estava empurrando um carrinho de mercado. Devia ter uns 7 ou 8 anos. Meninas não deviam chorar pensei. Afinal, é tão triste ver alguém chorar, quanto mais uma mulher.
Voltei a fila da carne mas quando lá cheguei qual foi a minha surpresa? A fila parecia ter aumentado! E nisso já eram 20:53.
Entrei na fila e fiquei conversando com o Ruy (meu alter ego), já que o jeito era esperar.
Isso só acontece com vc hein! , disse Ruy. Pois é eu acho que foi pq eu não pedi a benção para a minha mãe, como costumo fazer.
Ih! Olha aquela mina ali, que gracinha... q que vc acha? Normal, eu respondi. Prefiro aquela morena!
Xiiiiiii...... olha de novo, ela tem namorado. Aff..
E por falar em aff... que barulho é esse?! "
Ai meu Deus!' exclamou Ruy,
é pagode!Eh! Agora o bagulho ficou doido!, disse ele em tom de escárnio.Continua...