sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O vermelho que vejo


Vi muitos jovens marchando para um mesmo lugar. Pareciam estar hipnotizados, pois se moviam como robôs. Não como o homem de lata de Oz, ou todos os estereótipos de homens mecânicos que conhecemos, com movimentos limitados e geométricos. Na verdade estavam camuflados, com barbas longas e cabelos desengrenhados, onde mais pareciam personagens saídos de uma camiseta. Não vestiam uniformes, pelo contrário, usavam roupas coloridas, da moda (outras nem tanto), rasgadas, sujas, longas, curtas. Havia também aqueles que nem pareciam que roupas usavam. O que tinham em comum era quase nada, apenas um lenço vermelho atado ao seu braço direito, ou no bolso da camisa, junto ao coração.

Lá dentro perdiam-se em seus próprios devaneios e saturados de balbúrdias bradavam: Marxismo! Socialismo! Comunismo! Anarquia!

Ao saírem daquele lugar brandiam bandeiras vermelhas e gritavam: Revolução!

Dez anos depois descobriam que seu programador havia sido enterrado na Inglaterra, era alemão, judeu e havia morrido há muitos séculos atrás. Logo após se auto destruíam, atrás de uma mesa com computador e ar condicionado em uma repartição pública.

Jonnathan Andrade Pires

O vermelho que trás revolução é o sangue do Cristo

domingo, 16 de maio de 2010

Ingratidão

Ele não sabia como tinha ido parar ali. Na verdade é como se ele sempre estivesse lá, nunca houvera um antes.
Depois de engolir quase todo o oceano, de repente descobriu que não sabia nadar. E se não fosse o suficientemente amedrontador, viu-se cercado por grandes tubarões. Não seria tão mal assim, se não houvesse tantas feridas abertas em seu corpo que sangravam e nem todo o sal daquele denso mar conseguia cicatrizá-las.
Foi absurdamente frustrante acordar naquele situação e não se lembrar de mais nada como se a sua vida tivesse começado a trinta segundos atrás. Se não morresse sufocado com os pulmões comprimidos pelo ar ou afogado, certamente morreria devorado. Mas aí, alguma coisa mudou. Um braço estendido o puxou pela gola e o trouxe seguro para um barco.
Então, tudo mudou. Ser resgatado bem na hora era algo surreal.
O homem do barco não fez perguntas, apenas sorriu para ele e disse está a salvo agora.
O tal barqueiro tinha feições de homem feliz, algumas rugas quando sorria e franzia a testa a cada esforço em manusear ambos os remos. Um chapéu cobria-lhe a cabeça e fazia certa sombra em seus olhos. Olhos pequenos. Ele era bem robusto tinha braços fortes mas uma aparência tão gentil que incomodava o náufrago que não demorou muito e desmaiou.
Quando o náufrago voltou a si, o barqueiro olhava para ele com um semblante tranquilo. Com o olhar fitou algumas roupas dobradas e secas e fez com a cabeça como quem pedisse para que o perdido se trocasse. Ele entendeu e se trocou. Ambos ficaram parados sem trocar uma só palavra.
Os dias eram tranquilos no barquinho, o náufrago ainda não conseguia se lembrar da sua vida antes do barco. A embarcação não era grande como um iate, mas era maior que um bote. Eles não comiam todo tempo, mas nunca faltou feijão em lata, goiabada e peixe fresco. Aliás, "como o feijão nunca acabava?" Pensava o perdido.
Eles enfrentaram muitas tempestades de fato algumas vezes parecia que eles iriam naufragar, mas o barqueiro como velho lobo do mar nunca esboçou medo. Na verdade se esforçava em tranquilizar o ex-náufrago e tentar evitar que eles fossem a pique. Por mais violenta que fosse a tormenta, no final tudo voltava ao normal. Calmo, tranquilo.
Um dia depois de muito tempo, no meio de uma das belíssimas histórias cantadas que o velho contava o ex-perdido sentiu-se incomodado pelo fato que o velho sempre remava sem pedir que ele o ajudasse. Logo, ele se deu conta que na verdade o velho nunca houvera pedido nada em troca e tampouco ele havia agradecido por ter sido salvo pelo barqueiro. Sem mais delongas ele tomou um dos remos e começou a remar junto com ele, e também disse que a partir daquele dia ele pescaria todos os peixes.
Já faziam noventa dias sem chuva. A água era racionada, mas nunca acabava (assim como o feijão e a goiabada). Fazia muito calor e o jovem estava cansado de remar. Foi então que o velho pediu que ele segurasse o outro remo pois seu braço estava com caimbras. O jovem consentiu com frustração, pois sentia-se muito cansado. E num ímpeto levantou-se e disse: " Você é um tirano! Faço tudo pra você, ajudo você e tudo o que faz e me dar mais um fardo. Esse barco é horrível, é apertado, e eu estou cansado de comer peixe, feijão e goiabada. E para onde estamos indo que nunca chegamos? Você me enganou. Me faz remar em círculos, maldito!"
O barqueiro não compreendeu aquela atitude e pela primeira vez esboçou um olhar triste e uma risada sem graça. O perdido não satisfeito disse: "Eu não sei pra onde vou, mas não importa. Vou chegar mais rápido sozinho!" Se atirou na água e depois de alguns minutos afundou como uma pedra. Quando o barqueiro tentou ajudá-lo ele simplesmente cruzou os braços e afundou.
O velho então chorou.


Jonnathan Andrade
Jesus, o Barqueiro, Salva!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Verdade sobre "São Jorge"

O que diz a história?

De acordo com a história, Jorge de Anicii teria nascido na antiga Capadócia, região do sudeste da Anatólia que, atualmente, faz parte da República da Turquia. Converteu-se a Cristo ainda na infância. Ainda criança, mudou-se para a Palestina com sua mãe após seu pai morrer em batalha. Sua mãe, ela própria originária da Palestina, Lida, possuía muitos bens e o educou com esmero. Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira das armas, por ser a que mais satisfazia à sua natural índole combativa. Logo foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade — qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo a função deTribuno Militar.

Nesse tempo sua mãe faleceu e ele, tomando grande parte nas riquezas que lhe ficaram, foi-se para a corte do Imperador. Vendo, Jorge, que urdia tanta crueldade contra os cristãos, parecendo-lhe ser aquele tempo conveniente para alcançar a verdadeira salvação, distribuiu com diligência toda a riqueza que tinha aos pobres.

O imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos e no dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.

Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo. Indagado por um cônsul sobre a origem dessa ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da Verdade. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O que é a Verdade?". Jorge respondeu-lhe: "A Verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e Nele confiando me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade."


Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio aos poucos ganhado notoriedade e muitos romanos tomado as dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303, em Nicomédia (Ásia Menor).

Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida (Antiga Dióspolis), cidade em que crescera com sua mãe. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente.

Pelo século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Na Armênia, em Bizâncio, no Estreito de Bósforo na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores santos da Igreja Católica.


Todas as vezes em que foi interrogado, sempre declarou-se servo do DEUS Vivo, mantendo seu firme posicionamento de somente a Ele temer e adorar. Em seu coração, Jorge de Capadócia discernia claramente o própósito de tudo o que lhe ocorria: “... vos hão de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Isso vos acontecerá para que deis testemunho”. (Lucas 21.12:13).

Sobre a disseminação e o culto a "São Jorge"

São Jorge tornou-se santo patrono da Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscou e, extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (título oficialmente atribuído aSão Sebastião), além de ser padroeiro dos escoteiros e do S.C Corinthians Paulista. No dia 23 de Abril comemora-se seu martírio. Ele também é lembrado no dia 3 de novembro, quando, por toda parte, se comemora a reconstrução da igreja dedicada a ele, em Lida (Israel), onde se encontram suas relíquias, erguida a mando do imperador romanoConstantino I. Há uma tradição que aponta o ano 303 como ano da sua morte.


E o dragão?

Apesar de sua história se basear basicamente em documentos lendários e apócrifos (decreto gelasiano do século VI), a devoção a São Jorge se espalhou por todo o mundo. A devoção a São Jorge pode ter também suas origens na mitologia nórdica, pela figura de Sigurd, o caçador de dragões.

Segura o quê?!

Sigurd, o caçador de dragões

(nórdico antigo: Sigurðr; também conhecido em alemão como Siegfried) é um herói lendário da mitologia nórdica e personagem central da Saga dos Volsungos*. As primeiras representações de sua lenda vêm de sete pedras rúnicas da Suécia.

Como Siegfried, é o herói do Nibelungenlied * * e das óperas Siegfried e Götterdämmerung de Richard Wagner.

Acredita-se que através do grande sincretismo religioso que ocorreu no norte da Europa durante séculos, e principalmente através do choque cultural e do sincretismo ocorrido com os povos germânicos no declínio do império romano, misturando assim mitologia com a cultura cristã, que a lenda de Sigurd se misturou a história de Jorge da Capadócia.

Depois disso, muitas outras histórias foram atribuídas a origem e a pessoa de "São Jorge", especialmente pelos trovadores e as baladas medievais. Uma delas é a história de Jorge e a Princesa Sabra


*Volsungos :

A Saga dos Volsungos é uma saga lendária islandesa do século XIII em forma de prosa, sobre a origem, auge e declínio do clã dos Volsungos (descendentes do rei Volsung).

Os eventos reais que inspiraram a narração fantasiosa da saga ocorreram na Europa Central nos séculos V e VI dC, mas o único manuscrito medieval da obra existente atualmente data de c. 1400. Acredita-se que a versão em prosa da saga seja baseada em poemas épicos escandinavos anteriores.

**

Nibelungenlied : A Canção dos Nibelungos (em alemão Das Nibelungenlied) é um poema épico escrito na Idade Média em alto alemão médio. É baseado nas mesmas antigas histórias que a Saga dos Volsungos.


São Jorge X Os Orixás

A ligação de São Jorge com a lua é algo puramente brasileiro, com forte influência da cultura africana. Tal associação se dá porque na Bahia o santo é associado a Oxossi, orixá associado à lua. No Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e em Recife, no candomblé e na umbanda, o santo é associado a Ogum. A tradição diz que as manchas apresentadas pela lua representam o milagroso santo, seu cavalo e sua espada pronto para defender aqueles que buscam sua ajuda.

Novamente vemos a atuação do sincretismo religioso por intermédio da Igreja Católica, na ocasião da catequização dos escravos.

O que nós recorda que outrora o mesmo Jorge Anicii, da Capadócia, morrera combatendo a idolatria, os falsos deuses e guias em defesa da sua fé em Cristo Jesus, o nosso Senhor.


Mas e o dragão?

Em 494, a idolatria, romarias e petições era tamanha que a Igreja Católica o canonizou, estabelecendo cultos e rituais a serem prestados em homenagem a sua memória. Assim, confirmou-se a adoração a Jorge, até hoje largamente difundida, inclusive em grandes centros urbanos, como a cidade do Rio de Janeiro, onde desde 2002 faz-se feriado municipal na data comemorativa de sua morte. Jorge é cultuado através de imagens produzidas em esculturas, medalhas e cartazes, onde se vê um homem vestindo uma capa vermelha, montado sobre um cavalo branco, atacando um dragão com uma lança.

Ironicamente, o que motivou o martírio deste homem foi justamente sua batalha contra a adoração a ídolos.

Apesar dos engano e da cegueria espiritual das gerações seguintes, o fato é que Jorge de Capadócia obteve um testemunho reto e santo, que causou impacto e ganhou muitas almas para o SENHOR.

Por amor ao Evangelho, ele não se preocupou em preservar a sua própria vida; em seu íntimo, guardava a Palavra: “Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Filipenses 1.20). Deste modo, cumpriu integralmente o propósito eterno para o qual havia nascido: manifestou o caráter do SENHOR e atraiu homens e mulheres para Cristo, estendendo a salvação a muitos perdidos.

O dragão (Satanás) representa a idolatria que deve ser sempre combatida, rejeitada e destruída por nós com as armas da Fé.


Jonnathan Andrade

Jesus Salva!