segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Ô Ana Júlia! (parte 1)

O nome dela era Ana, Ana Júlia (como a da música). Uma bela morena de 1,72 m, 21 anos, com um corpo curvilíneo escultural, cabelos longos e negros até a cintura, lisos como a crina de garanhões espanhóis*, um belo par de pernas e seios maravilhosos. Enfim, uma mulher atípica do tipo que não passa despercebida em lugar nenhum.
Ele se chamava Walter, o típico nerd de 19 anos que é aficionada por informática, guerra nas estrelas, lego e matemática. Não necessariamente nessa ordem. Cheio de trejeitos, magricela, baixinho, um gosto para se vestir um tanto quanto duvidoso, vida social monótona (pelo menos fora do mundo virtual) e um tanto quanto depressivo. Ou seja, aquilo que a maioria das pessoas chamaria de fracasso.
Era uma sexta-feira, quando ele a viu passar. Dia 21 de Setembro de 2005, a data que ficaria marcada para sempre. Walter tinha saído para comprar pão na mercearia em frente do seu prédio quando ele a viu passar, linda com os cabelos ao vento. Ele que até outrora vivia absorto em equações matemáticas e sites pornográficos, pois nunca teve muito jeito com seres humanos do sexo oposto, agora despertava para o amor. Depois daquele dia ele saía sempre no mesmo horário na esperança de encontrá-la, embora quase sempre fosse uma tentativa frustrada, às vezes ele a encontrava. Na maioria das vezes em braços alheios.
E assim foi durante quase dois anos. E com o passar do tempo ele foi percebendo o gosto um tanto quanto refinado que ela possuía. Depois daquele tempo todo ele nunca havia visto ela andando com nenhum "pé rapado", nem mesmo com os caras do condomínio onde ele morava que eram filhinhos de papai. Ela só era vista com homens mais velhos e aparentemente ricos, muito ricos. A partir daí, Walter teve uma idéia, iria ficar rico.
Desde então ele se empenhou ao máximo para alcançar o seu objetivo e o fato dele ser um cara extremamente inteligente ajudou, todavia ainda não era suficiente. Mesmo com o emprego que ele tinha de técnico de sistemas (equivalente a analista), ainda levaria algum tempo para que ele conseguir virar um milionário, aliás, muito tempo. Até que certo dia a sorte de Walter começou a mudar, se para melhor ou para pior não sei, só sei que mudou. Quando chegou em casa do trabalho ele viu ao longe um carro estacionado e ela do lado de fora, parecia que ela estava brigando com alguém. E por mais que ele quisesse não poderia ir até lá, afinal ele era muito covarde para isso. Resolveu entrar e ir embora para o seu apartamento, e quando ele estava preste a entrar no elevador ela apareceu, estava com rosto inchado, tudo indicava que ela estava chorando. Depois de dois anos de muitos “tocos”, palavras desconexas balbuciadas em vão, ataque de gagueira e etc., ali estava à oportunidade de ouro. Então ele disse: “E aí?”. Tanto tempo para uma aproximação e eu estrago tudo com um “e ai?”. Mas por incrível que pareça ela respondeu, disse que estava mal e tudo mais deu uma insinuada para ele e disse: “Me leva para sair!”. “Agora?” disse ele. Ela respondeu que sim e jogou na cara dele o tanto de tempo que ele estava atrás dela. Sim, ela sempre soube. Então ele tomou coragem e resolveu levar ela para jantar.
O tempo foi passando e às vezes eles saiam, principalmente quando ela queria fazer ciúme em alguém. Depois de um ano ele resolveu pedir ela em casamento. Ela riu na sua cara e disse que preferia a morte. Mas dois meses depois voltou atrás, pois soube que ele havia sido promovido e ganhava o triplo do seu salário anterior. Ela disse que sentia muito e que estava bêbada, e ele acreditou. Casaram-se em Janeiro de 2008.

continua...

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